sexta-feira, 15 de abril de 2011

Crítica Pânico 4


Por Bruno Faulin



Quinze anos se passaram desde o primeiro massacre em Woodsboro. Nesse meio tempo, formou-se uma nova linguagem que revolucionou a forma de criar histórias que entretêm e assustam. Os clássicos de terror, as referências a filmes que satirizam a si próprios, as brincadeiras com o psicológico - tudo regado a muito sangue e risadas. É assim que Pânico 4 traz ao gênero o olhar de uma nova geração.

Sidney Prescott é agora uma escritora de livros de auto-ajuda que relatam o período tenebroso que viveu há mais de 10 anos em sua cidade natal. Gale e Dewey – casados desde o último filme da franquia - passam agora a disputar a autoridade que lhes fora tomada desde que Gale largou sua carreira de repórter para se casar com o agora Xerife Dewey.

Por coincidência, duas garotas, fãs de filmes de terror, são assassinadas quando Sidney volta à Woodsboro para lançar seu livro. É o que basta para que as pessoas passem a associá-la a algum tipo de mau-agouro e apelida-la de “Anjo da Morte”. Para piorar, Sidney descobre pela sua prima Jill que sua estada ali está longe de ser considerada segura.


Em meio a sustos e regras diferentes dos outros filmes – dessa vez o assassino registra a morte de suas vítimas para construir o seu próprio filme - esse Pânico 4 mostra a mudança de comportamento dos jovens, que se importam cada vez menos com a própria privacidade. Um dos personagens usa o tempo inteiro uma micro câmera pendurada na cabeça, filmando em streaming tudo o que acontece durante o aniversário dos assassinatos da cidade de Woodsboro. Sempre com um Iphone em mãos, as personagens femininas constantemente encontram alguma forma de associar as ligações do assassino a alguma brincadeira de amigos. É nesse momento que o real e o imaginário se transformam numa sequência de mortes sangrentas e muito explícitas. Toda parte final – e inicial - do filme é feita para confundir e surpreender o espectador, que após uma sessão de muitos gritos e mortes súbitas vai se questionar: “Como esse filme pôde ser tão bom, mesmo debochando de si próprio?”.

Essa sequência tem tudo para se tornar um clássico. Pânico 4 é um marco no gênero e traz de volta a construção de cenas criativas e amadurecidas por um contexto atemporal. Tudo isso, sem fugir da verdadeira essência, das clássicas cenas de perseguição e agora ainda mais sádicas – algo da nova geração - durante todo o decorrer do filme. Corra e garanta sua pipoca. Os sustos estão garantidos. Scream it all!

Assista ao trailer de Pânico 4 em HD